quarta-feira, 25 de julho de 2012

Alexia Winterpooh


Receber uma ligação da Alexia durante a semana não era nada provável - principalmente pela manhã - ainda mais se nos últimos anos tivéssemos nos comunicado apenas por e-mail e raras vezes por telefone.



Quando vim para Bridgeport estudar medicina, o John já morava aqui e passamos a dividir um apartamento alugado de um conhecido dele. Como eu e John dividíamos o quarto, enquanto ele o “usava”, eu tinha de vazar; mas naquele dia, a caça do John levou uma amiga, a Alexia.


 


O fato de não conhecer quase ninguém em Bridgeport, fez com que Alexia acabasse se tornando uma das minhas melhores amigas até hoje. O jeito dela falar era tão incrível, o estilo “mulher decidida” tornou-a encantadora para mim – não falo em amor, e sim atração, desejo, tesão... Como preferirem. 





Por nos tornarmos tão próximos, ela acabou conhecendo a história da Marina e em um belo dia, eu acabei por deixar escapar as palavras “eu” e “virgem”. A Alexia achou incrível conhecer um garoto de 18 anos virgem – tá, outras pessoas não achariam tão normal; mas eu era e não me incomodava.
Eu dizia não estar preparado, achava que sexo seria algo não muito necessário e que eu não queria fazer por fazer.



A Alexia me encantava – aliás, ela encantaria qualquer garoto que a conhecesse - e aos poucos fomos nos aproximando bastante, até que engatamos um namoro. Alexia sabia que eu ainda sentia algo por Marina, mas o nosso amor era um amor amigo. Eu confiava muito na Alexia, e confio até hoje. E foi com ela que tive a minha “primeira vez”. E foi comigo que ela teve a sua primeira vez.
Foi uma noite incrível e, é claro, evitei de contar ao John de forma premeditada. Se ele soubesse, provavelmente iria querer me dar “dicas”, e apesar de ser inexperiente, eu não precisava.



No ano seguinte, a Alexia ganhou uma bolsa da Universidade para estudar em uma das melhores escolas de Artes Plásticas, a Academia de Pintura e Escultura em Paris. E esse foi o fim do nosso namoro. Mantivemos contato, mas não era tão comum... 



- O que faz em Bridgeport? – Perguntei animado para rever minha amiga.
- Acabei de chegar! Vim dar umas palestras na UniBridge e aproveitar para rever os amigos! Cadê o safado do John?
- Está noivo! Assim como eu...
- Mentira! Preciso saber de todas as novidades! Ainda hoje! Onde nos vemos?
- Que tal uma Restaurante?
- Muito impessoal! Que tal um jantar aqui no “apê”? Vou te passar o endereço e ai você chama o John!  E quero conhecer as malucas que irão casar com vocês!
- Pode deixar! Me passa o endereço e o horário!

sábado, 21 de julho de 2012

“Conselhos do Will”?


Ver meu pai dando conselhos amorosos pela internet era, no mínimo, um pouco vergonhoso. Na hora que vi “aquilo” imaginei a minha carreira. E se os pacientes se recusassem a ser atendidos pelo filho do novo “Hitch”? 



Peguei o celular e liguei para minha casa. Ninguém atendia.  
Liguei para o celular de minha mãe. Não atendeu.
Tentei até o do meu pai, que ele nunca atendia. E não atendeu.

Pronto. Era só o que me faltava.
Pelo que eu conhecia de dona Catarina, ela provavelmente deveria estar morrendo de ciúmes do papai; e provavelmente já estava providenciando a sua morte fria, lenta e dolorosa – ao estilo Kill Bill.



Tentei não pensar que minha mãe pudesse ser capaz de matar alguém e liguei para a recepção do hospital e pedi que procurassem saber se havia algum pediatra para cobrir o meu plantão.

E não havia.



Para a minha sorte, eu faria plantão apenas pela manhã. Quem sabe ainda desse tempo de “salvar” o papai. Liguei pro John e pedi para que ele tentasse ligar para meus pais e me avisasse caso ele conseguisse falar com algum dos dois. 



Meu plantão acabou e eu fui direto pra casa disposto a pegar algumas roupas e pegar o primeiro vôo para Sunset Valley. Porém, ao abrir a porta de casa, só consegui enxerga algumas malas e meu pai e minha mãe perto delas.
- Surpresa, filhão! – Meu pai me olhou com a cara mais feliz do mundo.



- Ok! Alguém pode me explicar o que está acontecendo ?
- Oi filho! – Minha mãe respondeu de forma carinhosa.
- Oi mãe! 



Ela veio em minha direção e me deu um abraço.
- Como está? – Ela perguntou.
- Um pouco nervoso, um pouco envergonhado e um pouco curioso. – Meu pai fez uma cara emburrada ao ouvir isso.
- Não fique assim! Eu e seu pai vamos explicar o que estamos fazendo aqui.
- Acho bom.



- Filho, foi o seguinte: um dia eu estava jogando xadrez no calçadão da praia de Sunset e meus amigos me lembraram da época que eu era professor - Meu pai havia sido professor. - e lembraram de como eu fazia sucesso com as garotas... – Convencido. – Ai começamos a conversar e um garoto ouviu e sugeriu que eu fizesse um vídeo e colocasse na internet. Amadureci a idéia e o garoto me ajudou. Simples.
- É. Você enlouqueceu mesmo. – Falei abismado.
- Ah filho! Eu to feliz! Isso que importa! A vida de webcelebridade é muito legal! - Ele riu.
- E o que vocês vieram fazer aqui? A população de Sunset Valley se revoltou e expulsou vocês de lá? - Ironizei.
- Edward, respeite os seus pais! – Minha mãe me reclamou. – O seu pai recebeu um convite para ser entrevistado em alguns programas de televisão. 



Ótimo. Agora quem não tinha acesso à internet poderia ver meu pai dando conselhos amorosos na televisão.
- Como vocês entraram? Cadê a Carol?
- Sua namorada foi tomar um banho e eu e seu pai vamos jantar com um pessoal do programa. Eles querem conhecer o Will. – Will? Oh God! 



Por mais que aquela situação fosse vergonhosa, eu não poderia impedir meus pais de serem felizes. Aquilo tudo era muito novo para eles, mas estava fazendo com que a vida deles mudasse. O pacato casal estava recomeçando a vida, e eu era a última pessoa que poderia exigir algo deles.
- É. Fazer o que? Agora tenho um pai famoso! - Resolvi encarar de forma positiva. Se é que havia alguma.

Notas: 
- Por pura coincidência, o pai do Edward de chama William Smith, e o protagonista do filme Hitch se chama Will Smith (nome pelo qual o pai do Edward é chamado em seu programa).
- Estou pensando em começar a publicar duas vezes na semana, mas ainda estou pensando... É porque tenho de ver meu tempo, e além disso, as atualizações têm ficado pequenas... Acreditem: estou com 14 capítulos escritos!
- E preparem-se: em dois capítulos será revelado um segredo de John McGold! 

terça-feira, 17 de julho de 2012

Reconciliação


Carolina abriu a porta e mostrou-se surpresa pela minha visita:
- Edward? O que faz aqui?
- Vim conversar com você...
- Onze horas da noite? Não podia esperar amanhecer? – Ela riu.
- Não. Eu precisava vir agora. Pra eu te dizer uma coisa.
- O que? 



- Que eu não vivo sem você. Que você é a ÚNICA mulher da minha vida. É a ÚNICA mulher que eu quero ter ao meu lado. É a ÚNICA mulher que vai ter por mim o mesmo amor que tenho por você. É a ÚNICA que eu desejo. É a ÚNICA que eu amo.

Carol ficou me encarando por alguns instantes, creio eu que ela não esperava aquelas minhas palavras naquele momento. 



Carol me beijou e gradativamente foi me puxando para dentro do apartamento.



Ao chegarmos ao topo da escada, ela se afastou um pouco e disse:
- Eu... Eu sabia que o John estava certo. Me perdoa!
- Você não precisa me pedir perdão. A gente só precisava de um tempo pra ver o quanto um ama o outro.
- Eu fui tão idiota! Eu não podia ter feito o que eu fiz!  - Carolina falou e eu me afastei um pouco.
- O que você fez? – Perguntei temeroso.



Minha cabeça começou a criar uma suposta noite de lembranças sobre o tempo em que estiveram noivos, mas meus pensamentos foram logo explicados.
- Eu menti! O John que me incentivou a te dar um “choque de realidade”. Ele dizia que você era “feito de empurrões”, que você era muito cego; então a gente bolou essa história do ex. Desculpa. – Carol pediu não conseguindo segurar o riso.
- Como vocês tiveram coragem? – Eu perguntei fazendo um dramalhão mexicano.  – E eu não sou cego, e muito menos “feito de empurrões”. Que calúnia! Espera! E quem era o tal do Gustavo?
- Um amigo meu do tempo do colégio. A Rosana mantinha contato com ele e nós resolvemos propor esse “teatro”. Ele topou. 



Carolina não deixou que eu falasse mais nada e apenas me beijou. 



Eu e Carol passamos a noite no apartamento de Rosana, mas combinamos que durante o dia seguinte ela iria voltar para nossa casa.
Enquanto isso, eu estava prestes a começar mais um dia de trabalho no hospital quando o meu celular tocou.
Pelo visor, vi que era John.



- Edward! – Ele soltava umas risadas leves.
- John? O que aconteceu? Não vai me dizer que andou bebendo de novo?
- Não! – Ele começou a rir. – Você já acessou a internet hoje?
- Pediatras não ficam na internet durante o serviço, John!
- Então abre teu e-mail! Vou te mandar um vídeo! Acho que você vai amar!



Aproveitei que ainda faltavam alguns minutos para começar meu plantão e liguei o computador. Ao checar a caixa de entrada dos meus e-mails, avistei um de John – que tinha um vídeo em anexo.
“Aposto que é pornografia!” – Pensei.

Parei para analisar e lembrei que o John não me mandaria um e-mail se não fosse algo sério (ou não?).



Cliquei no link do vídeo e mal pude acreditar no que estava vendo. 


sábado, 14 de julho de 2012

Auto-Entrevista com o autor!


Boa noite a todos! Essa noite não poderei postar a atualização pois estou revisando alguns assuntos para o vestibular que realizarei no domingo, na segunda e na terça. Provavelmente irei atualizar na terça ou então me programo para outro dia da semana. Para não deixá-los sem a história, resolvi fazer algo que penso em fazer desde que criei o triângulo amoroso. Então leiam essa “auto-entrevista” que fiz comigo sobre alguns personagens e o que vai ocorrer daqui pra frente.

Como você definiria a Marina?
A Marina e o John são os personagens mais complexos da história. Quando eu criei “Dr. Edward Smith” eu tinha o plano de mostrar o dia-a-dia de um personagem, porém acabei criando a Marina para poder explicar um pouco sobre o Edward – ela não estava prevista.
A Marina é uma garota como outra qualquer. Ela amava o William Burns, mas ele não... Ele gostava de ser amado por ela. Quando a Marina e o Charlie começaram a namorar, ele sabia que ela gostava de outro, mas não se importou porque ele amava outra pessoa – que em breve aparecerá. O William provavelmente gostou da situação de destruir aquele namoro e seduziu a Marina, o que não seria difícil. A Marina se arrependeu porque ela estava aprendendo a amar o Edward, o que ela revelou para ele. Desde que saiu de Sunset Valley ela não se envolveu com mais ninguém, ela se guardou para o Edward, mas ele disse que não a ama mais. Mas eu garanto que tem mais histórias por ai...

E a Carol, como você define?
A Carol é um pouco diferente da Marina. Ela é firme, decidida, embora romântica. Ela se sentiu em dúvida e não hesitou em pedir um tempo ao Edward. Ela se derreteu pelo Edward... Um cara bonito, romântico e disposto a namorar, qual garota não se apaixonaria? Aposto que todas!

Você falou sobre uma outra pessoa que o Charlie amava. Quem era ela?
Não posso dizer ainda quem ela era, mas ela era amiga do John e do Charlie.

Será que o John vai ser mesmo fiel à Rosana?
Bom... O John é um “Don Juan”, a conquista para ele é tudo, mas às vezes o passado aparece para nos atormentar, não é? Como disse, o John é um personagem complexo. Ele é misterioso sobre seu passado, mas só duas pessoas que vocês conhecem sabem disso: eu e a Marina. O John tem três segredos que os pais do Edward sabem, mas vocês saberão em breve.

Segredos? Seria o John irmão do Edward?
Não. O John não é irmão do Edward.

Você falou sobre o passado. O que pode nos adiantar?
Bom... Dois antigos conhecidos do John e da Marina vão aparecer e vão revelar alguns segredos... Uma dessas pessoas quer encontrar o John, e o outro é a única pessoa que sabe onde ele está. O John não se dá muito bem com a mãe e o pai já morreu – o John não o matou (risos).

Você já decidiu com quem o Edward fica?
Pergunta difícil. Mas não... Não decidi. O sim ama as duas... E eu também! >.<’

Você falou que haverá momentos engraçados. Pode adiantar?
Acho melhor guardar a surpresa. Ma será bem engraçada! Podem apostar!

Sobre os novos personagens, tem algum que pode falar?
Sim, vai aparecer uma ex-namorada do Edward – com quem ele teve a sua primeira vez -, eles eram amigos, mas perderam o contato. Ela será um “porto seguro” para ele com algumas coisas que ele descobrirá.

Enfim, amigos! É isso! Fiquem ligados!
Um forte abraço!

sábado, 7 de julho de 2012

Conclusões


Virei e vi que era Marina a tal pessoa.
- Marina, o que faz aqui?
- Eu vim conversar com você...
- Vem. Vamos entrar.  – Não era nada gentil conversar com uma pessoa no passeio. 



Entramos e a convidei para sentar no sofá.
- Pode falar. – Foi quando percebi que não havia dado meu endereço a ela em momento algum. – Como conseguiu meu endereço?
- Eu pedi pra Claire falar com a sua mãe...
- Ah sim! Pode falar!
- Edward, eu sei que pode parecer estranho falar isso, mas é que... 




- É que... ? – Induzi para que ela continuasse.
- Eu não consigo parar de pensar em você! Eu estou apaixonada! Eu amo você!

Logo que ela terminou de falar aquelas três palavrinhas eu creio que fiquei com uma cara de abestalhado. Passei anos sonhando em viver feliz com Marina, embora eu guardasse toda a dor da traição. 



- Desculpa. Eu não devia ter vindo aqui. – Ela disse se levantando do sofá, sendo seguida por mim



Marina tentou me beijar a força e eu me esquivei.
- Marina, espera! Eu não quero! Eu amo a Carol! Ela que é a mulher da minha da vida.



Ela ficou parada me olhando.
- Você... Você deixou de me amar? – Ela disse com a voz chorosa.
- Eu deixei de te amar quando eu te vi com o William Burns na frente do teatro de Sunset Valley.
- E aquele beijo no Ano-Novo?
- Foi um erro... Eu achava que ainda amava você... Mas esse sentimento só me fez sofrer, Marina. Você não tem noção de como foram os últimos doze anos pra mim. Eu não me sentia um homem de verdade, porque a única garota que eu havia amado acabou me traindo. 



- Mas eu mudei... – Ela insistiu.
- Eu também... Sabe... Nós podemos ser bons amigos... Sei lá. Conviver... Mas namorados não... A nossa história já acabou há muito tempo...
- Então quer dizer que eu mudei a toa? Afinal eu só mudei pra poder te reencontrar, pra poder te ter novamente...
- Não... Você mudou para você.
- Então... É melhor eu ir embora...
- É. – Afirmei.



Ela foi andando em direção a porta e disse:
- Eu só quero que você saiba que eu comecei a te amar no dia que eu te perdi, mas só vim perceber isso no nosso último beijo, em Sunset Valley. Na mesma praia que nos beijamos pela primeira vez... Eu vou aceitar uma proposta para trabalhar no Restaurante do Steve na França. A única pessoa que me prendia aqui era você.
- Eu espero que você seja feliz.
- Não tenho tanta certeza disso... – Ela continuou a andar e disse um “adeus” enquanto passava pela porta.


Ao ver Marina indo embora, senti um ímpeto de “vitória” dentro de mim. Era como se eu sempre tivesse sonhado com aquele momento desde aquele fato na frente do teatro de Sunset Valley.
Eu a julguei durante tantos anos, mas não parei para me analisar... Não parei para ver como eu também havia errado... Eu havia errado no momento em que comecei a amá-la... Éramos tão diferentes... Tão opostos... E embora a física e os românticos digam que “os opostos se atraem”, isso não passa de um mero clichê utilizado vagabundamente em histórias, livros, novelas e filmes... 




Não era preciso ser inteligente para perceber como eu havia mudado... Eu era um jovem romântico, que se apaixonou pela garota popular que não me amava... E isso tudo havia feito com que eu me tornasse um homem frio, amargo...
A presença de Carolina em minha vida fez com que eu me sentisse vivo, mas os fantasmas do passado, o medo e a insegurança me tornaram a pessoa que eu mais detestaria ser: um hipócrita.



Eu não era mais o Edward Smith... Era o Dr. Edward Smith. Novas responsabilidades haviam sido dadas a mim... Só que... Eu ainda me sentia como aquele garoto que chorava por perder a primeira namorada ou por perder o parente que amava... Eu havia me tornado o conjunto de dois “eu”: o que eu era, sobreposto do que eu queria ser...
Era a hora de mudar. De agir feito um homem de verdade e não como um garoto... Era a hora de ser feliz sem inseguranças, medos ou o que fosse...
Era a hora da luta pela minha felicidade.

- Nota -

Pessoal, gostaria de agradecer a todos que leem essa "história". Eu havia escrito o final, mas acabei desistindo... Vou continuar com a história... Hoje eu fiz uma pequena alteração nessa atualização, porque fiquei imensamente triste esses últimos dias... Desde que comecei a escrever, tinha uma espécie de "ídolo", e é horrível ver como essa pessoa te trata com tamanha indiferença. E é horrível essa sensação... 
Alguns sabem como me esforço para escrever, pois isso é um verdadeiro hobbie, uma forma d'eu me desligar do mundo... Sempre escrevi o que desejava, o que estava no meu coração... Posso não ser um grande escritor, mas faço isso pra mim e para aqueles que gostam de mim de verdade. Não preciso ter centenas de comentários na história, porque os próprios personagens já comentam ela dentro de mim...
Peço desculpas a todos por essa "nota", mas eu precisava desabafar. Obrigado àqueles que leem de verdade a minha história e que são meus amigos. Um abraço!