terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Virando Páginas


- Eu ainda não entendi o motivo de me tirar da cama às 7 horas da manhã! – Disse McGold um tanto irritado.
- Eu... Eu tive um sonho muito estranho e preciso da ajuda do meu melhor amigo!
- Sonho?
- É. Nele o Rufus me falava que eu havia causado a sua morte, a dele e a dos meus pais. Eu estava velho, no teu velório, ou algo assim.



McGold ficou parado me olhando.
- Que foi? – Perguntei.
- Você andou usando drogas?  - John me encarou.
- Não! Eu estou falando sério, John. Eu acho que descobri qual é o meu problema.
- Sério? Boa evolução! – John foi irônico. - Fala! 



- Eu acho, ou melhor, eu tenho quase certeza que não amo mais a Marina.
- Como assim?
- Eu passei esses anos todos esperando por ela pra que?! Cara, o que tinha de acontecer entre eu e ela acabou naquele dia que eu a vi me traindo. O que eu sinto por ela é, na realidade, um remorso... Um medo. Um medo de não conseguir ser feliz como fui naquela época! Um medo de não saber amar e de não ser amado. 



- Ok. Você sofreu durante esses anos todos por uma garota que você, AGORA, sacou que não ama?
- Sim.
- Cara, na boa... Isso até sua mãe já sacou! Você simplesmente estava com o orgulho ferido. Confundiu ódio com amor. O beijo, na virada do ano, foi simplesmente um impulso seu por querer saber o que sentia.

Finalmente eu entendi meus sentimentos. Finalmente eu voltava a ser o Edward de antes.



Naquele instante o telefone tocou. Ao atender, uma doce voz soou do outro lado da linha.
- Alô? Olha...Eu peguei um cartão seu com a Rosana... Bem, hoje é sábado... Vi aqui que você está de folga... Topa dar um passeio?



Mirante Boggard. Foi lá que a Carol marcou de se encontrar comigo. Eu nunca mais havia agido assim em minha vida.
É claro que o John ficou zoando com a minha cara por eu ter aceitado sair com a Carol, segundo ele eu estava realmente mudado.



Estava parado, admirando a visão da cidade, quando uma doce voz ecoou atrás de mim:
- Demorei?  



- Não. – Disse assim que me virei para ela. – Acabei de chegar.
- E então, o que você quer fazer?!
- Ah, você que me convidou... Você quem manda!

Carol calou-se por alguns instantes.



- O que foi?! – Perguntei.
- Desculpa.
- Pelo o que?!
- Por eu ter te ligado... Na realidade eu não estou nada bem e a Rosana está tão feliz que não consegui falar nada para ela. 



- O que aconteceu? – Indaguei.
- Não sei... Eu estou me sentindo sozinha.
- Quer ir almoçar lá em casa?!  Ai a gente conversa melhor...
- Pode ser. Obrigada, Edward! – Ela parecia aflita.
- Não há de que.



Após eu ter preparado um almoço simples, eu e Carolina passamos uma tarde deliciosa. Conversamos. Brincamos com o Rufus. Eu parecia não mais estar ligado ao meu passado, parecia que uma nova janela, ou melhor, uma imensa porta, havia se aberto diante de mim. 



Já era noite quando, exaustos, sentamos sobre a grama do quintal de minha casa. O brilho das estrelas não era tão perfeito quanto o de Sunset Valley, mas, de qualquer forma, era bonito.



Deitei sobre o gramado e Carol recostou-se sobre mim. Eu a abracei. Não sei porque, mas com ela eu me sentia protegido, forte, seguro.

- Obrigada. – Disse Carol em voz baixa.
- Por quê?!
- Por me fazer sentir feliz.

Começamos a nos olhar por alguns instantes. Ali eu parecia ter, novamente, sentido vontade de estar com alguém. 



Não sabia direito o que estava sentindo e, naquele momento, meu “instinto masculino” falou mais alto. Carinhosamente joguei meu corpo sobre o de Carolina. Ela me olhou um tanto assustada.
- Eu... Quero muito ficar com você. – Falei um tanto embaraçado.
- Eu... Também. – Disse Carolina com a voz trêmula.

Nos beijamos. Era um beijo que não sabia dizer se era de amor ou de amizade, mas que naquele momento estava me fazendo feliz. Eu havia conseguido romper a barreira que me impedia de viver o presente em prol do passado. 



Continuamos ali. Juntos. Em uma troca mútua de carinho. Após algum tempo eu a levei para a casa de Rosana e ao voltar para casa eu percebi que eu havia recuperado a minha auto-estima. Eu percebi então que eu estava vivo e que a felicidade não pode ser esperada, e sim conquistada.

◘ Avisos ◘

○ Pessoal, primeiramente desculpa pela demora em postar a atuh! Vida de pré-vestibulando é tensa! hehehe' Mas aqui está =]
○ Sobre a atuh de sábado, ela deve sair à noite ou no domingo =/ Não tenho as fotos ainda =/
○ Agora, as postagens são feitas no nome de Aníbal Bastos e não no de "Edward Smith". =] 

sábado, 14 de janeiro de 2012

Sonho X Realidade


Acordei em uma sala calma. Bonita, porém vazia...  Eu estava sozinho. 


Levantei-me do sofá e notei que estava velho. Minha pele enrugada, meu corpo cansado.



Entrei em desespero. Como tantos anos podiam ter passado em pouco tempo?


Um jovem entrou na sala em que eu estava e se aproximou de mim.Ele parecia o McGold, mas ao mesmo tempo estava diferente. 



O garoto me encarou.

- Tio, sou eu: Caio! Não está reconhecendo?
- Caio? Você é o McGold! Você é a cara do John McGold!
- Não, tio... O senhor está delirando!  Meu pai, John McGold, morreu. Nós estamos aqui pra a cerimônia pós-cremação dele. Venha!

Como assim? O McGold morto?! 



Acompanhei o tal garoto até uma sala. Uma urna, daquelas que se depositam cinzas de "defunto" estava sobre uma mesinha. O tal do Caio se aproximou de uma mulher chorava desesperadamente ao lado da urna. Deduzi que fosse Rosana.


Olhei para o lado e vi uma garota belíssima sentada sobre o sofá. Ela notou meu olhar e veio em minha direção.


-Tio, o senhor está bem? – Perguntou a jovem moça.
- Quem é você?
- Sou eu: Miley. Sua afilhada. Filha da Marina. Lembra?

Fiquei mais atordoado ainda. Filha da Marina? Minha afilhada? As coisas pareciam tão vazias...



A garota voltou para o seu lugar, dizendo que se eu precisasse de algo era para ir falar com ela. Poucos instantes depois ouvi latidos na sala. Era Rufus, que parecia uivar para a urna de McGold. Meu cachorro também estava ali. 



- Rufus! – Chamei.

O cão hesitou ao andar... Parecia cansado, mas mesmo assim veio ao meu encontro. 




Afaguei-o.

- Arrependeu-se?! – É. Parecia que eu havia ficado maluco. Como o Rufus poderia estar conversando comigo? Ele era um cachorro!

O cachorro notou meu olhar assustado...
- Venha, vamos dar uma volta!



Fiquei alguns instantes em silêncio, até que resolvi interrogar Rufus sobre aquela situação. – Sim, isso soa estranho. – O que está acontecendo? Porque estou velho? Porque você está falando? Quem são aquelas pessoas?
- Uma pergunta de cada vez, meu amigo. 



- Você afundou-se cada vez mais na depressão, Edward. Simplesmente foi se isolando do mundo. O John casou. Teve um filho. E você parecia não se importar com a felicidade daquele que sempre te apoiou. Você perdeu o emprego. Perdeu a casa. Perdeu tudo! Foi morar com seus pais.
- Cadê eles?!
- Bem atrás de você.



Olhei para trás e vi dois túmulos no chão. Eram dos meus pais.
- O que aconteceu?! Porque eles morreram?!
- Ninguém é eterno, Smith. Todos morrem. Sua mãe morreu de desgosto ao ver o filho sofrendo e acabado. Seu pai não agüentou e acabou tendo um enfarto fulminante. Morreu na hora.
- E o McGold? 



- McGold morreu indo te visitar no asilo. Assaltaram ele na estrada e... Deram um tiro!
- E a Marina?!
- Odeia você!
- Por quê?!



Rufus calou-se.

- Edward, sempre gostei de você, só que você destruiu a sua vida, e consequentemente a dos seus amigos. Todos eles casaram, tiveram filhos, exceto você! Por um simples capricho!
- Eu não queria isso...
- Mas foi assim...



Olhei para o lado e notei uma lápide em forma de osso, provavelmente seria de algum animal.
- De quem é aquela lápide? – Perguntei a Rufus.
- Minha.
- Como assim? O que aconteceu com você? – Indaguei.
- Eu... Bem... Você também causou a minha morte.
- Como assim? Você está morto?!
- Sim. Edward, você esqueceu o fogão aceso e... Eu estava trancado em casa.
- Eu... Eu não queria!
- Eu sei. Mas você matou as quatro pessoas que mais te amaram até hoje: Eu, o John e seus pais. 



Rufus caminhou até sua lápide e lá disse:
- Edward, você precisa viver! Você não pode simplesmente anular a sua vida! Ela é curta... Viva! – Disse Rufus desaparecendo do meu campo de visão.



Naquele momento, eu percebi como a minha vida havia sido vazia e como meus erros levaram embora todos os que mais amei. Por que eu havia sido tão idiota?! Porque eu havia destruído a minha vida?Agora era tarde demais para se lamentar... Se eu pudesse voltar atrás... Ah se eu pudesse voltar atrás...
Comecei a ouvir pequenos “bips”. 



O despertador tocou.
Assim que levantei, notei a presença de Rufus na cama. Por um lado, aquele sonho estava me mostrando uma parte de mim que eu não estava querendo enxergar. A minha juventude estava indo embora... E ao invés de esperar a felicidade sentado, eu precisava lutar por ela.
Saquei meu telefone e liguei para McGold:
- Esteja em minha casa em 15 minutos!

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Carolina Suzart


- Bela decoração! – Disse Carolina, assim que chegamos à minha casa.
- Obrigado! Pedi a um amigo meu, arquiteto, que me ajudasse. Ele também é corretor nas horas vagas.
- Bom, se eu resolver mudar para Bridgeport, vou querer o telefone dele.
- Pode deixar!

Rufus entrou correndo na sala. 



Carolina rapidamente se encantou com meu amigo canino e em poucos instantes eles já estavam se divertindo.
- Ele é um amor, Edward!
- Esse é o Rufus! Morava em Sunset Valley com meus pais, ai resolvi trazê-lo para morar comigo, já que passo a maior parte do tempo sozinho.
- Sozinho? Não tem namorada? Inúmeras mulheres ao seu redor?
- Err... Não!



- Nossa! Desculpe ser indiscreta, mas pela sua beleza achava que você era rodeado de belas mulheres.
- Sou um tanto tímido e romântico. Aliás, muito! 
- Parabéns! Não existem mais tantos homens assim hoje em dia.
- Obrigado. Às vezes penso que isso não é bom.
- Porque não?



- Porque sinto falta de alguém pra dizer um “Eu te amo!”.
- Eu também sinto isso. Rompi um namoro de 3 anos em Setembro. Flagrei ele na cama com uma vizinha biscate dele.
- Sinto muito.
- Tudo bem. Foi melhor assim!
- E então, vou te levar até o local que você vai dormir. 



- Bem, você pode dormir na minha cama, que eu durmo em outro lugar.
- Edward, eu posso dormir no quarto de hóspedes, não se incomode.
- O quarto de hóspedes está inacabado. Pode deixar que eu me viro pela sala no sofá ou no meu saco de dormir.
- DE JEITO NENHUM! – Disse Carolina quase gritando. – Você me faz um favor imenso desses e eu vou deixar você dormir no chão ou no sofá?! NUNCA!



- Carol, não é incômodo. Apenas cavalheirismo.
- Pois então, eu durmo na sala.
- Por favor, não... Fique aqui. Eu imploro.
- Edward...
- Sem discussões.  



Deixei minha hóspede na cama e fui para o sofá. Não era incômodo nenhum para mim. Rufus até que gostou da minha companhia então puxei a sua cama para perto do sofá.



No dia seguinte, Carolina finalmente conseguiu se comunicar com Rosana. Após alguns insultos amigáveis, ela foi para a casa da amiga, me agradecendo imensamente por não tê-la deixado desamparada naquela noite.



A companhia dela foi extremamente agradável. Por alguns instantes, me senti feliz por ter aquela companhia comigo. Agora que John iria casar, provavelmente iria ficar mais ausente... E bem... Acho que a partir daquele momento percebi que Rufus seria minha única amizade.

◘     ◘     ◘
Pessoal, a partir de agora, o blog deixará de ser um simples "diário" e passará a ser uma "história", portanto, as atualizações serão maiores, porém, acontecerão somente as terças e sábados, ok?!
Um enorme abraço!

sábado, 7 de janeiro de 2012

Ampliando o círculo de amizades


Com uma simples ligação, John pediu para que Rosana se encontrasse conosco na Pista Brilhante, uma danceteria VIP e calma de Bridgeport.
- Ali está a minha gata! – Disse John apontando para uma moça loira que se encontrava no balcão.



Ao nos aproximarmos do balcão, John me apresentou à sua noiva.
- Então quer dizer que você é famoso Edward! Prazer! O John sempre fala muito de você!
- O prazer é meu! 

Foi então que observei uma jovem ruiva ao lado de Rosana. 



- Pessoal, essa daqui é a Carol. Ela está passando uns dias comigo. Nós moramos juntas em Hidden Springs. Ela é escritora!
- Prazer! – Eu e John dissemos quase que ao mesmo tempo.

Um breve silencia pairou no ar, até que McGold proferiu:
- E então, vamos dançar?!



Quando o John quis dizer “vamos dançar?” parecia apenas ter se referido a ele e sua noiva.  Enquanto eles dançavam, fiquei ali sentado perto do balcão ao lado da jovem ruiva. Estávamos em uma situação completamente desconfortável. Mal nos conhecíamos, ela não puxava assunto e eu também não puxava assunto. 



Resolvi quebrar o gelo.
- Então você é escritora... Algum gênero preferido?
- Romances.
- Ah, amo romances... Digo, no caso dos livros... – Tentei consertar a minha frase, que pareceu um tanto ambígua. 



Resolvemos sentar em um sofá, que era mais confortável do que ficar ali conversando na frente da mixóloga esquisita.

- Medicina. Ai está uma carreira que nunca pensei em seguir. Acho que não levaria jeito para essa animação toda de hospital.
- Ah, já eu não me imagino em outra carreira. Um dia desses posso te levar até lá para conhecer um pouco... É como uma boate, só que sem música e com as pessoas deitadas!

Rimos.



Eu e Carolina ficamos tão entretidos em nossa conversa, que nem reparamos que John e Rosana saíram sem nos avisar.
- Ótimo! Se ela foi pra casa do John, não tenho chave pra entrar no apartamento! Se estão na casa dela, não vou me sentir bem em atrapalhar.  Tinha de acontecer justo comigo. Você sabe onde tem um hotel? Uma pousada? Algum lugar onde eu possa dormir?! – Disse a moça, desesperada.
- Calma! Olha, essa situação seria cômica se não fosse trágica. Você é amiga da noiva do meu melhor amigo, se você não se incomodar, pode dormir na minha casa. – Ela ficou parada um pouco séria. – Eu sei que pode parecer conversa de tarado, que você pode achar que eu vou te atacar de madrugada, mas não é.
- Eu não pensei isso! – Disse soltando uma risada. – Eu aceito o convite!